O GPASE inicia o primeiro semestre de 2014 com a realização do projeto Crítica e Emancipação: promovendo espaços de formação
política para trabalhadores sindicalizados e militantes de organizações
populares, uma ação de extensão piloto, com caráter de
curso de formação política básico, voltado prioritariamente, ainda que não
exclusivamente, para trabalhadores sindicalizados e militantes de movimentos
sociais e populares com pouca experiência de vida político-organizativa e com
perfil de escolaridade de nível fundamental e médio, tendo como principal
objetivo promover a apropriação e (re)construção de formas de conhecimento
crítico, emancipatório e plural, qualificando a atuação política e organizativa
desses atores em (e a partir de) seus respectivos espaços de luta. Como curso
de formação política, o projeto será desenvolvido ao longo do período de
vigência do edital 518/UFFS/2013, e será organizado a partir de módulos
temáticos, cada qual agrupando um conjunto de atividades caracterizadas como
aulas e seminários de sínteses, coordenados por docentes da UFFS e
colaboradores dos movimentos sindical e social. Como experiência formativa
dialógica, o curso pretende se apoiar em orientações típicas da chamada
educação popular, em suas vertentes freireana e libertária.
Este
projeto nasceu de uma demanda “da rua”: do envolvimento de um grupo de
professores e estudantes da UFFS na formação do Bloco de Lutas Populares (BLP)
de Erechim, no contexto das grandes manifestações de junho de 2013. A
participação do movimento sindical e estudantil da universidade junto com
sindicatos e movimentos populares do município no contexto da luta pelo
transporte público promoveu uma aproximação virtuosa entre tais setores e
agrupações, permitindo o afloramento de afinidades e preocupações comuns. É
sabido que nossa universidade promove em seu discurso fundacional sua origem
como fruto de uma “demanda social” vocalizada por muitos dos movimentos sociais
da região, articulados em torno da frente conhecida como “movimento
pró-universidade”. Nesse sentido, alguns professores que transitaram por essa
frente, ou mantinham vínculos com atores oriundos dela, realizaram ou ainda
realizam atividades, em grande medida no campo da extensão, em parceria com os
movimentos sociais ou tendo estes como seu público-alvo.
Entretanto,
a proposta que aqui apresentamos, sem desmerecer as iniciativas anteriores ou
próximas com tais antecedentes, surge mediante a orquestração de novas
condições: o principal nucleamento que expressa aproximação entre setores da
UFFS e dos movimentos sociais é de natureza organizativa e classista:
professores identificados como trabalhadores da educação sindicalizados e
atuantes nos cursos de graduação de Ciências Sociais e Geografia, além do Grupo
de Pesquisas Anticapitalismos e Sociabilidades Emergentes, promovendo uma ação
de extensão com trabalhadores e militantes sociais do município de Erechim.
Em
diálogo com companheiros do BLP, surgiu a proposta de oferecermos através da
UFFS um curso de formação política que pudesse qualificar a leitura crítica e
atuação dos militantes de sindicatos e movimentos populares, possibilitando ao
mesmo tempo o trânsito de atores da comunidade acadêmica entre os espaços dos
movimentos sociais, bem como o inverso, além da apropriação dos conhecimentos e
reflexões produzidos no âmbito da universidade pelos atores organizados nos
movimentos sindicais e populares. Como processo de formação política,
organizado pedagogicamente no formato de curso, pretende-se explorar um
conjunto de reflexões e temas, em sintonia com a agenda de pesquisa do GPASE e
com o repertório de determinadas disciplinas que compõem o quadro curricular
dos cursos mencionados, os quais optamos por agrupar em 3 eixos: 1) Capitalismo
e Salariato; 2) Estado e Relações de Poder; e 3) Interculturalidade.
Do
ponto de vista acadêmico, além da circulação de atores entre ambos os espaços,
o que contribui para localizar e contextualizar as diferentes leituras que
podem ser produzidas sobre a realidade social, é importante ressaltar a
possibilidade que se abre para a constituição, no âmbito das dinâmicas próprias
da vida universitária, de campos de articulação sinergéticos que potencializem
a emergência de uma efetiva ecologia de saberes, oxigenando não apenas as
condições sob as quais se produz conhecimento, como também os domínios da ética
e da prática política que orientam as ações e reflexões dos atores em relação.
SELEÇÃO DE BOLSISTAS.
Entre os dias 21 a 26 de março estarão abertas as inscrições para bolsistas do projeto. Poderão se candidatar qualquer estudante de graduação da UFFS - Campus Erechim. As inscrição deverão ser realizadas na secretaria do Setor de Protocolos da UFFS, entre 9h e 21h
(dias 21, 24 e 25/03) e entre 9h e 12h (dia 26/03).
Mais informações no edital disponível no link abaixo:
https://docs.google.com/file/d/0BxfoEQoPulZFbHByUFJ4a0RnWVE/edit